Na próxima terça-feira, dia 26 de novembro, acontecerá o lançamento do livro Tráfico de Pessoas: um guia para profissionais de saúde, na Livraria Leitura do Shopping Riomar, em Aracaju/SE. Este guia foi idealizado e organizado pela professora da Universidade de Brasília, Dra. Taciana Silveira Passos, natural de Campo do Brito/SE, com o apoio da Sociedade Brasileira de Enfermagem Forense.
A organizadora do livro relatou que se deparou com essa temática ao realizar uma instância de pesquisa na Universidade Pablo de Olavide, sob a orientação da professora Nuria Cordero, e durante sua participação no voluntariado da Cruz Roja em Sevilla (Espanha). Ela ouviu o relato de pessoas que trabalham com vítimas e sobreviventes e aprendeu sobre muitos mitos e equívocos que as pessoas podem ter sobre o tráfico de pessoas.
No entanto, o que mais a intrigou foi retornar ao Brasil e perceber que temos o tráfico de pessoas especificado na ficha de notificação compulsória de violências interpessoais no Sistema Único de Saúde (SUS). Então surge a indagação: como notificar sem conhecer os sinais?
Impulsionada por esta indagação, a organizadora resolveu se aprofundar mais no assunto com a colaboração dos colegas da Sociedade Brasileira de Enfermagem Forense, bem como outros profissionais que trabalham na perspectiva das ciências forenses e alunos entusiastas.
Os autores concluíram que as lacunas na temática vão além da identificação de sinais e perpassam a assistência e continuidade dos cuidados que devem ser prestados às vítimas.
Surge, então, a ideia de elaborar este guia no intuito de fornecer orientação e aconselhamento necessários para oferecer, efetivamente, uma gama completa de prevenção, promoção da saúde e assistência às vítimas de tráfico, desde o ponto de identificação de riscos e vulnerabilidades, contato inicial e triagem até a reintegração social efetiva dos indivíduos envolvidos.
O guia oferece ferramentas e conselhos práticos para ajudar os profissionais de saúde a: entenderem o fenômeno que envolve o tráfico de pessoas, seus determinantes sociais e o risco potencial de vitimização por tráfico; identificarem sinais e necessidades individuais centrados no trauma e nas vítimas sobreviventes; e fornecerem cuidados adequados, culturalmente apropriados, com ética e humanização.